html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> É FARTAR, VILANAGEM: November 2005

Thursday, November 17, 2005

CORREIA DE CAMPOS E OS MÉDICOS

Quando hoje ouvi da boca do Ministro da Saúde em bom português (pelo menos perceptível ao contrário do que acontece com outras intervenções ministeriais) que no Hospital dos Capuchos em Lisboa havia 59 oftalmologistas e que , mesmo assim, havia dificuldade em marcar consultas, fiquei completamente "passado". Seria possível ? Como eu, milhões de portugueses devem ter comentado esta situação incrível que, sem dúvida, nos colocaria no vértice dos campeonatos do 3º mundo.
Ao fim da tarde ouvi uma pequena correcção ao que anteriormente havia sido dito: não eram 59 médicos oftalmologistas no citado hospital, eram sim 58 mas na área a que o Hospital de Santo António dos Capuchos pertence. Continuo "passado", mesmo com a correcção. O mínimo que exijo como contribuinte com os impostos em dia é uma auditoria externa com carácter de urgência aos hospitais públicos. Não nos esqueçamos que uma operação às cataratas tem um tempo de espera de 4 (quatro) anos e que o povo português merece mais respeito.

OBS. Conheço Correia de Campos desde 1962, era ele vogal da Direcção da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa presidida por Jorge Sampaio e tenho dele a melhor opinião pelo que espero que faça no Ministério da Saúde a "revolução" que se impõe.

Tuesday, November 15, 2005

A CANDIDATURA DE DE MÁRIO SOARES

Com o nervosismo próprio do início da campanha Mário Soares disse ontem que, se fôr eleito, fará um mandato "mais ousado, inovador e criativo". Ameaçou ainda mostrar o seu boletim de saúde quando os outros candidatos fizerem o mesmo.

IMPÕE-SE QUE ALGUÉM EXPLIQUE AO CANDIDATO QUE ESTÃO NO AR FORTES SINTOMAS DE SENILIDADE.

Sunday, November 13, 2005

UMA MODESTA PROPOSTA

"Brasil já fez reforma agrária - dos outros. Muitos dos imigrantes que vieram no século dezanove estavam, nos seus países, na mesma situação dos actuais sem-terra no Brasil. Eram os excedentes de uma estrutura fundiária perversa, sem uma estrutura industrial que os absorvesse. Itália, Alemanha, Portugal, etc, fizeram a sua reforma com a nossa terra, mas não podemos esperar que nos devolvam o favor. Não existem outros brasis no mundo para receber os sem-terra, já que este está ocupado. Se houvesse, poderíamos incluí-los na nossa pauta de exportações. Depois dos ciclos do café etc., o ciclo dos desesperados. Só teríamos de cuidar para que este ciclo não repetisse os outros.
Fomos os maiores produtores de açúcar do mundo. Não somos mais. O que sobrou do ciclo do açúcar foram usineiros vivendo até hoje de subsídios mas não exportando açúcar.Já produzimos borracha como ninguém. Não produzimos mais.Depois veio o café. Abastecíamos o mundo inteiro de café, sem concorrência. Isso também acabou.Depois veio a bossa-nova. Dominamos o mercado mundial até os bateristas americanos aprenderem a batida. Hoje não precisam mais de nós.A lambada parecia que ia nos redimir. Os franceses a encamparam, depois a esqueceram.
Hoje exportamos jogadores de futebol, modelos gaúchas e soja. Poderíamos exportar desesperados. A produção não para de crescer.
Mas como não há mercado para eles, deveria-se pensar numa alternativa mais radical. Há uns trezentos anos o escritor Jonathan Swift sugeriu aos irlandeses que comessem seus bébés. Ajudaria a diminuir a fome e ao mesmo tempo resolveria o problema da superpopulação no país. No mesmo espírito, e já que a nossa estrutura fundiária não só não muda como partiu para o revide com cobertura da Justiça, no campo eles são supérfluos e na cidade eles não têm empregos e não há outra saída, os sem-terra deveriam ser convencidos a se suicidar. O suicidio colectivo seria um gesto patriótico que daria paz aos campos, sossego aos latifundiários e alívio ao Governo. E, ainda por cima, um pedaço de terra para cada um."
LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO
Como alguém disse: "AS VERDADES SÃO COMO PUNHAIS..."
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