Socialismo no Governo Sócrates ?
Quando há dois anos o Partido Socialista teve a maioria absoluta nas eleições o povo português não imaginava o que o esperava. Pesssoalmente, como conhecia algumas das suas figuras gradas, tive logo as minhas dúvidas e, ao contrário de outros, manifestei de diversas formas, inclusive neste blogue, as minhas acentuadas reticências. E não me enganei...
António Correia de Campos, que conheci na Faculdade de Direito de Lisboa em 1961/2, quando era vogal da direcção da Associação presidida por Jorge Sampaio (Diogo Freitas do Amaral era, pasme-se Presidente da Assembleia Geral!) acaba por ser o mau da festa e, suponho, a não ser travado, vai acabar com Sócrates e Cª.
Durante muito tempo perdi contacto com ele, mas, soube agora, que depois de ter sido "desterrado" para Coimbra após a crise académica de 62, enveredou pela carreira académica na Escola Superior de Saúde, onde, dizem-me, era um professor muito considerado.
Mas o que é que lhe estar a passar pela cabeça ao imaginar resolver os problemas económicos do serviço nacional de saúde com todas estas decisões e estudos analíticos que estão pondo em polvorosa meio Portugal ? António Arnault que imaginou o serviço dentro do contexto PS deve estar furibundo com a situação. E não é para menos...
Serviço Nacional de Saúde não é para dar lucro, nem sequer para ter receitas equilibradas com as despesas. Par isso existem as verbas do Orçamento Geral do Estado que, bem administradas, devem dar para garantir aos portugueses, principalmente aos mais carenciados, os direitos contemplados na Constituição. E é exactamente isso que o Professor especializado em administração hospitalar, não está vendo, nem ele nem o seu chefe José Sócrates...
As tv's têm apresentado as manifestações de protesto do bom povo das aldeias do interior, e o primeiro-ministro tinha obrigação de ver que não se pode governar contra o povo. Nem Salazar se atreveu a tanto...
Eu chamo a atenção para o facto de as decisões ultimamente tomadas (ou a tomar)não ser assunto de Valença, do Alto Tâmega, Vila Pouca de Aguiar, Chaves, Ribeira de Pena, Vila do Conde, Vendas Novas, Montijo... é assunto nacional e merece o repúdio de todos os portugueses.
Os problemas começaram com as maternidades de Elvas, Mirandela... depois vieram as urgências , as taxas moderadoras diferenciadas (!)e os abortos e, sinceramente, não sabemosonde isto irá parar...
Com muita graça lemos hoje numa revista semanal que em Elvas as mulheres não podem dar à luz em estabelecimento do serviço nacional de saúde (têm que deslocar-se a Badajoz), mas podem fazer abortos...